segunda-feira, março 31, 2008

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Encosta-te a mim
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos. Encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar. Encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos. Não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar. Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver. Em nome da terra, no fundo p´ra te merecer. Recebe-me bem, não desencantes os meus passos. Faz de mim o teu herói, não quero adormecer.

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi,
hei-de inventar contigo
sei que não sei,
às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem,
encosta-te a mim.

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes. Vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal. Recebe esta pomba que não está armadilhada. Foi comprada, foi roubada, seja como for. Eu venho do nada porque arrasei o que não quis, em nome da estrada onde só quero ser feliz. Enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada. Vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
(Jorge Palma)

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